Bem-vindos aos Moinhos dos Junqueiras – Navais, Póvoa de Varzim!!!

Apresentamos dois moinhos de vento, um de moagem, e outro de apoio.

Estou contente ver os moinhos, “lindos”, trazem memória de infância, em que vinha com um grupo de amigos lançar os papagaios em forma de estrela e de sol.

A família  Junqueira é proprietária de Moinhos de Vento em Navais – Póvoa de Varzim. Iniciou o processo de recuperação ao moinho com melhor estado de conservação no que respeita às alvenarias. Seguindo métodos de construção respeitadores do original,  introduzindo melhorias ao nivel de materiais, métodos e reforço para longevidade. Encontramos um carpinteiro de reputação e experiência comprovada –  algo raro actualmente (Mestre Paulo Rodrigues – Carpintaria PMHR de Penacova), e um pedreiro de arte de marcenaria, Sr Isaac.

O primeiro Moinho destina-se a Moagem, e de sua abertura de tempos a tempos, para fins educacionais, testemunho para gerações seguintes, e contribuição para a comunidade.

O segundo Moinho, flexivel, multi-usos, destinado a exibições, futuro museu, apoio, ou experiência sazonal de dormida no moinho (curta estadia).

Temos partilhado com todo o gosto, como contributo à Comunidade de Navais, no Grupo do Facebook “Os Amigos dos Moinhos dos Junqueiras”.

Consultar registo de obra de Moinho 1 (moagem), ou de Moinho 2 (apoio).

Inaugurados a 7 de Agosto de 2022, pelo Reverendo Pároco de Navais, António Pedro Amorim.

Com apoio de Juntas de Freguesia de Aguçadoura, Navais e Estela;
Grupos, Associações locais, e população.

Agradecemos a todos os Amigos dos Moinhos dos Junqueiras!!!

Artigo do Jornal MAIS/Semanário – PDF ou página de internet do jornal.

Fotografias com Direitos Reservados partilhados com storiesmadevisual.com
(comunique-nos se pretende divulgar ou utilizar em algum trabalho)


VISITAS

Para público em geral e escolas:

15 Eur – Visitas regulares, 1 a 10 pessoas.
Inclui: Exterior/interior, sem moagem/sem velas e engenho.
Dona Mira Junqueira abrirá os dois moinhos.

120 Eur – Visitas com Moagem e Moleiro, até 20 pessoas.
150 Eur – Idem, 20 a 30 pessoas.
Inclui: Viagem do moleiro Sr. Pedro Vieira, até 2 horas de apresentação, moagem e operação.

Para outras modalidades, a combinar.


Os meus pais vinham aqui buscar farinha, para fazer pão. Naquele tempo não havia mais nada. Antes o pão durava 8 dias!!! (…) Este moio ia até àquela estrada (…) havia mais um caminho até aqui.


A Sra. M.ª Lurdes Rodrigues, com 90 anos actualmente, refere que ainda se lembra de ver o meu bisavô José Gomes da Junqueira, que os construiu, a funcionar com pelo menos o moinho da direita, de moagem.

PANFLETO DE INAUGURAÇÃO*

(*texto retirado de)

Adquirido o terreno, com escritura a 6 de Agosto de 1906, redigida pelo ilustre notário Manuel Gonçalves da Silva, entre os lavradores Manuel Gomes Eirado, Ermelinda Gomes Ervalho, e o adquirente José Gomes da Junqueira.
À data, com intenção de construir, e colocar a funcionamento dois moinhos de vento sobre o monte de areia, incluindo «rodeira para carro de bois ao serviço dos moinhos, pelo moio acima».

A construção, de data incerta, erguia dois moinhos de vento de referência, em época áurea de produção de farinha. Em conjunto com moinhos da região, Apúlia, S. Félix, Aver-o-Mar, Baleia, Paradela, entre outros. A farinha era vendida sobretudo a granel. Em tempos de fome, os moinhos desempenhavam um papel fundamental para a sociedade e população local.

A tipologia construtiva à época, presume-se similar aos moinhos de proximidade, e desenhos do livro de Sistemas de Moagem*1. Não restam, contudo, vestígios de como seriam antigamente. Apenas ruínas de pedra resistentes ao tempo.

O desenvolvimento económico-social, a guerra, a indústria, a eletricidade, ditou novos meios de elaboração de farinha, caindo os moinhos em desuso, abandonados, em ruína. Poucos se adaptaram, como a Azenha do tio Abílio Junqueira, substituindo a força do rio, pela força motora com eletricidade, mais constante e duradoura.
Artur Junqueira (pai de José Francisco P. B. Junqueira), faleceu em 2009, com 81 anos, e lembrava-se que na sua juventude, estudava e trabalhava no interior do moinho.

Na família dos Junqueiras, sempre gostaram e/ou trabalharam em moinhos, quer de vento, quer de rio. Aualmente a Azenha do tio Abílio ainda persiste, em moagem elétrica de farinha, sobretudo para ração animal.

O José Junqueira, com dedicação, e aprofundamento de diversos conhecimentos sobre moinhos, ao longo das últimas décadas, cresceu a vontade de reconstruir os Moinhos de Vento dos Junqueiras, com objetivo de recuperar a Memória, contribuir para a comunidade local, para as pessoas, para a região. Assistiu a variados colóquios, conferências sobre o tema, desde Encontros Mundiais em Boticas, Nacionais, outros de relevância, e sobretudo contacto com pessoas que estimam a arte.

A extinção da arte de construir Moinhos, por pessoas habilitadas, entretanto envelhecidas e longe da região, dificultou o processo. Não obstante, com persistência e paciência, em Penacova, se descobriu o Mestre Paulo Rodrigues, da Carpintaria PMHR. Com o avô, em criança, participava na moagem, aprendendo e reforçando a paixão pelos moinhos. A arte de carpintaria provém desde antes dos seus bisavós, entre gerações, além da arte de marcenaria, e de barqueiro. Com o apoio de sua esposa Paula Costeira, e mestre Armando de Almeida, em cerca de 2018, iniciou-se a reconstrução do primeiro moinho, com engenho completo para moagem.

A tipologia de moinho, fora de encontro à imagem dos moinhos de Aguçadoura e Navais (Póvoa de Varzim), reforçando contudo, métodos e materiais antigos, por novos, mais resistentes, duradouros, para garantir uma maior longevidade, prática também comum ao longo da história e de outros moinhos de referência.

A arte da pedra e cantaria fora igualmente fundamental, com as mãos sábias do Mestre Isac Morim, pedreiro de Navais. Além da consolidação do primeiro moinho, o reerguer paciente do segundo moinho, em cerca de 2021, quase sem muro de pedra, o reemergiu das ruínas, com paredes robustas e reforçadas! Este último para exposição, sem engenho.

Evocar D. Daniel Junqueira, e assinalar o restauro dos Moinhos de Vento dos Junqueiras, em Navais.

A equipa, as pessoas, foram fundamentais para o sucesso da nova Memória! Agradecemos profundamente a todas as pessoas envolvidas, quer directa ou indiretamente, que contribuem para a união de Navais, Aguçadoura, e Estela. Marcado, no presente, pela Celebração de 5 a 7 de Agosto de 2022, com um evento entre todos, incluindo exposição, tertúlia, cortejo, artes locais, teatro e arraial. Um renovar da memória, um contributo para as gerações futuras.

*1 por Fernando Galhano, Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Pereira

Texto por Hugo Nascimento, Arq.


GRÁFICOS


Agradecimentos
Participantes no Restauro

Mestre Isac Gomes Morim [ Pedreiro ]
Mestre Paulo Rodrigues [ Carpintaria PMHR ]
Paula Costeira [ Carpintaria PMHR ]
Armando de Almeida [ Carpintaria PMHR ]
João Gravina [ Transporte da madeira ]
Pedro Morim [ Tratorista e apoio geral ]
José Vilar [ Tratorista, colocação do Mastro ]
José Domingues [Fornecimento Eletricidade]
Hugo Nascimento, Arq. [ Reportagem, Apoio Geral ]
“Os Camponeses de Navais” [Rancho Folclórico  local]
Armando Ferreira [Moinhos de Portugal]

José Francisco P.B. Junqueira
Proprietário, que muito vivamente agradece a todos

www.lavouradabouca.com
Fruta Bio e Alojamento Local
+351 962 352 931

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